sábado, 14 de julho de 2012

Superstições e crendices.

Agora um pouco mais amadurecidos podemos verificar que nem todos as historinhas que nos contavam quando éramos crianças eram realmente verdadeiras. Não se deve fazer isso por que "não presta". Não diga isso por que "será castigado" - era o prelúdio de uma crendice que ao longo do tempo se transformara em uma superstição.

Talvez em tempos passados o método de criar medo nos pequenos, seria uma forma de impor disciplina e inibir comportamentos fora do padrão comportamental da época. E para tanto, se inventavam essas crendices surgidas do nada, ou do imaginário das pessoas, que passaram de geração em geração até chegar aos nossos dias. E com certeza se perpetuarão ao longo da história humana.
Tão marcantes em nossa cultura, algumas que já pertencem ao Folclore brasileiro, as superstições oriundas de diversas crendices, note que eu disse crendices e não crenças que é uma coisa bem diferente, remotam à antiguidade. Mais precisamente à Idade Média. E mais longe, no início do cristianismo. É o caso do massacre aos Cavaleiros Templários dos tempos das Cruzadas. Em uma sexta 13, vítimas de um complo entre reis e papado, foram queimados na fogueira os principais líderes daquela ordem militar-religiosa. Diante de tal injustiça, pois mais tarde foi revelado pela própria igreja a inocência dos membros pertencentes àquela Ordem, o dia daquela atrocidade passou para a história como um dia de azar. Um pouco aquém, o desfecho da paixão e morte de Jesus Cristo, o suicídio do apóstolo traidor, Judas, ocorreram também em uma sexta feira 13. Lembrando que na Santa Ceia encontravam-se 13 pessoas.
Dois episódios marcantes que serviram para suscitar o imaginário das pessoas quanto ao legado de crendices e superstições que constatamos hoje em dia relacionado ao fatídigo dia . Vale lembrar que o tema "sexta 13" foi muito explorado pelo cinema em vários filmes de terror.

Mas, quais são as origens das superstições?
Para não se alongar muito, vamos ficar com as mais conhecidas.
Ainda sobre a sexta 13, muitas lendas sobre essa crendice ou superstição como queiram, vem da mitologia. Uma delas diz respeito à deusa do amor e da beleza chamada Friga , cujo nome deu origem a palavra "Friday". Reza a história que, quando os povos nórdicos se converteram ao cristianismo, a deusa foi transformada em uma bruxa e transportada ao alto de uma montanha. Para se vingar, Friga promoveu toda sexta feira, uma reunião com 11 feiticeiras mais o próprio Satanás, num total de 13 pessoas a fim de rogar pragas sobre a humanidade. Da Escandinávia, de onde originou a lenda, a superstição se espalhou por toda a Europa. Segundo o Testamento Judaico, mencionado pelo Prof. Paulo Cristiano (www.cacp.org.br), a sexta-feira é um dia problemático desde a criação do mundo. Neste dia, Eva ofereceu a maça para Adão. E o grande dilúvio bíblico teria começado neste dia da semana.
É claro que você já viu as pessoas baterem três vezes na madeira para espantar o azar ou mal agouro. Segundo o escritor citado acima, a versão original desta superstição teria como origem o fato de bater no tronco de uma árvore pelo fato de que os raios caiam sempre sobre elas. Os índios e os egípcios interpretaram este fenômeno como sendo as árvores, a morada dos deuses na Terra. Assim, quando sentiam-se culpados de alguma coisa, "batiam com os nós dos dedos no tronco para chamar a divindade e pedir perdão". Diz ainda que os Celtas também eram adeptos desse costume. Acreditando que as árvores consumiam os demônios, mandondo-os de volta a terra. Já na Roma antiga, o costume era bater na madeira da mesa. Mobília considerada por eles, sagrada. Invocando-se assim as divindades protetoras do Lar e da família.
E o gato prêto? Porque de tanta crendice com relação ao bichano? Também vem da Idade Média a aversão pelo felino. Devido aos seus hábitos noturnos, e ainda de cor prêta, era associado às trevas. Dizem que o papa Inocêncio VIII chegou a incluir o animal na lista dos perseguidos pela Santa Inquisição. Porém a Igreja teria invertido uma tradição milenar, pois os gatos eram reverenciados como divindades, principalmente pelos egípcios. Desde então já estava criada a aversão popular pelo gato preto. Hoje, preto ou não é animal de estimação de muita gente. Porém, muitos não gostam de vê-lo atravessando em seu caminho.
Antes de encerrar. Passar debaixo de escada? Nem pensar. Quebrar espelho? Deus me livre! Prefiro encontrar um trevo de quatro folhas, ou jogar moedas em uma fonte de água para realizar um desejo secreto. Seria esse um comportamento normal!?
Talvez no final do ano, a gente se pegue pulando ondas no mar, vestido de branco. Depois de comer lentilhas e brindar, para ter saúde e sorte. E com isso trazer pensamentos positivos para iniciar o novo período.
Mas além de tudo, penso que deveríamos acreditar e ter fé em nós mesmos. E, em Deus. Superar os medos e a insegurança. Isolar os sentimentos de impotência e incerteza. Minimizar a angústia de conviver com as crendices e superstições que ao longo da vida fomos absorvendo. Afinal, não existem provas de que a prática de alguma superstição tenha verdadeiramente influenciado no destino ou na felicidade das pessoas.

Um resumo especial sobre Iluminismo.

A liberdade de expressão, de pensamento, de opinião, e crença, nem sempre respeitadas hoje em dia teve início com um movimento global que ficou conhecido como Iluminismo. Foi consagrado ao final do século XVIII, e entrou para a história como o século das Luzes.

O Iluminismo preconizava uma nova era. Iluminada pela razão, ciência, e respeito pela humanidade, que até então vivia um período de séculos de obscurantismo e ignorância. Chamado de Idade da trevas, este período, era marcado pela opressão e o despotismo dos poderes monárquicos, e a pressão do Clero. E dominavam o poder político, economico e social. Dividiam suas benesses em detrimento da miséria e sofrimento do restante da humanidade.
Os iluministas desenvolveram ideias e atitudes que revolucionaram a vida em sociedade. Criticavam as arbitrariedades e o autoritarismo. E propunham uma nova organização social. Este conjunto de teorias e pensamentos tornou-se poderoso. Influenciou de forma decisiva os movimentos reformistas da Grã-Bretanha, as revoluções na França, cujos ideais eram de Liberdade, Igualdade, Fraternidade, e se estenderam a outros povos ocidentais como os Estados Unidos da América.
Dentre os homens que trabalharam para que hoje pudessemos usufrir, não tão plenamente como seria o ideal, dos bens universais de liberdade, igualdade e fraternidade, e buscar a verdade através da razão, podemos citar:
"- John Loke (1632-l704), acreditava que o homem adquiria conhecimento com o passar do tempo através do empirismo.
- Voltaire (1694-1778), defendia a liberdade de pensamento e não poupava crítica à intolerância religiosa.
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778), defendia a idéia de um  estado democrático que garanta igualdade para todos.
- Montesquieu (1689-1755), defendeu a divisão do pode político em Legislativo, Executivo e Judiciário.
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean Le Rond D' Alembert (1717-1783), juntos organizaram uma enciclopédia que reunia conhecimentos e pensamentos filosóficos da época.
- Bento de Espinosa (1632-1672), defendeu principalmente a ética e o pensamento lógico.
- David Hume (1711-1776), foi um importante historiador e filósofo iluminista escocês. Refutou o princípio da casualidade e defendeu o livre-arbítrio e o ceticismo radical.
- Adam Smith (1723-1790), economista e filósofo inglês. Grande defensor do liberalismo econômico.
- Immanuel Kant (1724-1804), importante filósofo alemão, desenvolveu seus pensamentos nas áreas da epistemologia, ética e Metafísica.
- Benjamin Constant (1767-1830), escritor, filósofo e político francês de origem suíça. Defendeu, principalmente, ideais de liberdade individual." (Fonte: sua pesquisa.com).
Para ampliar seu conhecimento sobre o assunto, clique na imagem ao lado para participar do quiz. São perguntas que vão te surpreender.  Verá a importância do tema, e terá uma visão melhor de como funcionou o Iluminismo.
Espero que esta postagem possa te acrescentar algum conhecimento. Como eu gosto do assunto julguei que  de repente você possa se interessar. 

A simbologia da Coruja.

De aparência muito estranha esta ave de rapina ao longo da história da humanidade tem simbolizado, conhecimento, sabedoria, pavor, e diversas crenças oriundas do mundo espiritual. Na mitologia grega encontramos Athena, a deusa da guerra e sabedoria que tinha como mascote, uma coruja. Os gregos, principalmente os de pensamento filosófico, consideravam a noite um momento de revelação. E sendo a coruja um pássaro noturno, acabou sendo representado por essa busca do saber. Já no Império romano, a ave era tida como animal agourento, seu canto anunciaria que a morte estava próxima.


Conta-se que em uma língua nórdica antiga, ela era chamada de "Ugla", palavra que imita o som do seu canto, e que daria origem ao termo "Ugly", feio em inglês. Interessante notar que ao identificar um animal para símbolo disso ou daquilo, a cultura universal escolhe àqueles de aparência esquisitas. Como o sapo, símbolo da fartura e boa sorte, e a águia símbolo da transformação do ser humano.
Conforme a história, diferentes civilizações adotaram estranhos animais para simbolizar a sabedoria. Como a tartaruga para os chineses e um peixe para os Celtas.

A tradição dos índios norte-americanos diz que a coruja mora no Leste, lugar de iluminação. Posto que a humanidade teme a escuridão, a Coruja enxerga no breu da noite. Onde os humanos se iludem ela percebe com clareza, acreditavam os índios.

No folclore brasileiro, consta que, para os seus filhotes não fossem vítimas de predadores, esta já ia lhes avisando - seria facil reconhecê-los, eles eram os "mais bonitos" da floresta. Daí o dito popular: "Toda a coruja gaba-se do seu toco", referindo-se ao ninho de seus horríveis filhotes. Assim como uma mãe elogia seus rebentos mesmo sabendo que todo recém-nascido não tem (ainda) nada de beleza.

Para os filósofos gregos o símbolo da sabedoria está intimamente ligado à influência da mitologia, de onde se origina a filha de Zeus, deus dos deuses, Athena, como fora dito deusa da guerra e da sabedoria. Athena traz pousada em sua mão direita a figura da ave noturna, que segundo a lenda sempre estava ao seu ombro, revelando-lhe as verdades invisíveis. É a crença difundida até os dias de hoje por filósofos contemporâneos.

No esoterismo que envolve parte da simbologia da Coruja, vamos encontrar uma sociedade secreta denominada Bohemian Club, fundada em 1872 em São Francisco,EUA, onde se reunem periodicamente. Uma vez por ano a sociedade convida para um grande encontro, homens poderosos da elite. O encontro é realizado em um grande bosque chamado Bohemian Grove. No centro, há uma grande pedra em forma de coruja.

Desde sua fundação foi adotado como símbolo uma coruja e uma estátua, que simboliza "estantes" de conhecimento. Seu lema é: "Weaving dealing spiders come not here". Adaptada em tradução livre: "Deixe seus negócios sujos na porta."

Curiosidade: a coruja vira a cabeça quase atingindo um ângulo de 360º. O que amplia seu angulo de visão, muito superior ao do ser humano.


Referências:
Mundo Estranho.
Ocultura.

Pequeno histórico sobre o Papel Higiênico.

Você sabia que o papel higiênico produto indispensável para a higiene pessoal tal qual a pasta de dente, ao longo da história era substituído por folhas de alface, trapos, couro, grama, folhas de árvores? Eu ouvi falar que nossos antepassados usavam sabugos de milho.
 Os primeiros a conceber a ideia do uso tal como é hoje, foram os chineses, no século II aC. Não em forma de rolos, mas em folhas únicas que mediam dois metros de largura por 90 cm de altura. Porém, de uso restrito aos imperadores e seus cortesões.

 Na Roma antiga eram utilizados pedaços de lã embebidos em água de rosas. E como gente fina é outra coisa, a realeza francesa usava pedaços de renda ou seda. No mundo nobre de Reis e Rainhas, era comum o uso pelos mais ricos e poderosos de folhas de Cânhamo. Segundo o "Aurélio" uma planta canabínea que fornece uma espécie de fibra têxtil, e um fruto de onde se retira um tipo de óleo.

 Por volta de 1857, um homem chamado Joseph C. Gayetty, lançou o primeiro papel higiênico no mercado. Extremamente caro, o produto consistia em camadas de papel umedecidos com aloe vera. Como slogam de marketing, Gayetty, usou a frase: "a maior necessidade da nossa era, o papel Gayetty, banho medicinal. Convenhamos, tão estranho como o comercial de uma famosa marca atual, que mostra personagens gritando o nome do "mordomo" Alfredo. Naquele tempo, como diria o "outro", já se produziam comerciais "Nadavê".

 O papel higiênico em rolos, tal como conhecemos hoje, começou a ser comercializado em 1880, pelos irmãos Edward e Clarence Scott. No princípio a ideia enfrentou vários obstáculos. Criaram-se tabus em torno do novo produto. Considerou-se imoral e pernicioso, expor os rolos em lojas diante do público em geral.

Até 1935, o papel higiênico que se usava era considerado de baixa qualidade, podiam conter impurezas e eram ásperos. Só a partir deste ano que apareceu o papel absorvente.

Em 1944, ao final da segunda guerra mundial uma grande industria ganhou o reconhecimento do governo dos Estados Unidos, ao fornecer às tropas do exército grande quantidade do produto. Foi uma contribuição enorme para consolidar a sua importância diante do público e fomentar a produção em larga escala.

 Durante a guerra do Golfo, o papel higiênico foi utilizado como estratégia ao enfrentamento das tempestades no deserto. Como os tanques americanos eram pintados de verde contrastavam com a areia branca oferecendo maior exposição ao inimigo. Foi então que os soldados envolveram os tanques com papel higiênico, resultando em uma técnica perfeita de camuflagem.

E quem diria que um produto que no passado tinha que ser vendido com a maior discrição possível, se tornaria estrela em desfiles de moda e astro em produtos de arte. Artistas de renome criaram até vestidos de papel higiênico. E o que dizer do talento de Anastassia Elias, que aproveitou até os tubinhos do rolo para demonstrar sua criatividade?

São quase 140 anos de história e recriação. Passando por 1942 quando se criou a versão dupla camada, até os dias atuais onde o encontramos, ilustrados, coloridos, perfumados, etc.

Segundo a empresa Kimberly-Clark, uma das maiores do ramo, espera-se uma inovação para o produto. Seria a incorporação de loção de Karité,  produzida através do fruto de mesmo nome, e muito conhecida na linha de cosméticos